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ANDRÉ CAPILÉ
( BRASIL – RIO DE JANEIRO )
André Capilé (n. 1978) nasceu em Barra Mansa, cidade do interior sul fluminense.
Graduou-se em Filosofia na UFJF. Mestre em estudos literários, pela PUC-RIO, onde cursa atualmente doutorado em “Literatura, Cultura e Contemporaneidade”.
Co-fundador e ex-organizador do ECO — performances poéticas. Atua como colaborador na Editora TextoTerritório em suas diversas frentes de trabalho.
Publicou, em 2008, o livro Dois (Não Pares), em parceria com Carolina Barreto, pela Anome e Funalfa Edições; em 2010 editou a plaquette ZANGARREIO; seguem-se as publicações de rapace (2012), pela editora TextoTerritório e balaio (2014), pela coleção megamini da 7letras. P
repara, para esse ano (2015), a publicação de chabu e troco da passagem, ambos pela editora TextoTerritório.
Publicou, em 2015, “A canção de amor de J. Pinto Sayão”, tradução de “The love song of J. Alfred Prufrock”, de T. S. Eliot, pela Edições Macondo, em sua nova coleção: Herbert Richers.
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BABEL poética. fronteiras Ano 1, no. 3 – junho/julho de 2011. Tradução e Crítica. Editor Ademir Ademir Demarchi. Santos, SP: ISBN 2179-3662. Ex. biblioteca de Antonio Miranda
LOW PROFILES
para Edmilson de Almeida Pereira
enquanto cadeiras
são lotadas por
esquecidos
(cadeiras latifúndios
tipo luxo lotes baldios)
leis
com todo vigor
prendem
mas não pegam
enquanto cadeias
são lotadas de
ex-famosos
e
esquecidos
andam na linha
e
vão cada vez
mas dentro
enquanto cadeias
estão lotadas por
esquecidos
futuros
tipos de esquecidos
fazem fila para entrar
e
estar cada vez
mais dentro
e
uma vez dentro
formar quadrilhas
(cirandas entre
cadeias e cadeiras)
enquanto
no pátio
outros atores
que são
de dentro
fingem querer
estar fora
zumbis cavam
com colher pequena
e
mineram em covas
de outros esquecidos
que amontoados
feito ratos
(do dentro e do fora
cabeça a cabeça
esprimidos
corpo a corpo)
atritam cotovelos
esperando foto
de idéias
que são as mesmas
idéias
de cadeiras e cadeias
embora
cadeias e cadeiras
possam ser mais
que só idéias
quando idéias
passam a ser mais
que fogo
e
textos menos
cinzas
e
territórios menos
escombros.
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Página publicada em março de 2024
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